sexta-feira, 27 de abril de 2012

Liga das florestas - Greenpeace

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Texto para reflexão

"Numa reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que se fizessem presentes o máximo tempo possível... Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempo para se dedicar e entender as crianças.
Mas, a diretora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava a dormir... Quando voltava do trabalho já era muito tarde e o garoto já não estava acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava redimir-se todas as noites quando chegava a casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
O fato faz-nos refletir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai lhe estava a dizer.
Por vezes, importamo-nos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso. Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a linguagem do nosso coração pois em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro. As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol..." (Autor desconhecido)

Uma aluna, do 2º ano do Ensino Médio, deu-me esse texto em 2011. Quis compartilhar, por sua simplicidade e beleza.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Textos com humor

Aula de Língua Portuguesa / Séries finais do Ensino Fundamental

Interpretação/  Produção de Textos

A sala pode ser dividida em 3 grandes grupos. Cada grupo analisará algumas tirinhas, charges, piadas ou quaisquer textos que apresentem humor. (O professor deve selecionar previamente esse material e levá-lo impresso para a sala de aula).
Texto 1:

Texto 2:

Texto 3:

Texto 4:
Cada grupo discutirá com os colegas de turma e fará anotações sobre as questões abaixo:

1- Para vocês, o que é humor?
2 - O que tem graça e o que não tem graça?
3- Qual é o limite entre o humor e a ofensa?

O professor deve discutir com a turma, como ocorre a produção do humor:
* Importância das imagens;
* Linguagem concisa;
* Trocadilhos;
* Quebra na expectativa do leitor;
* Caracterização dos personagens;
* Relação dos textos com a realidade.

O professor pode, também, sugerir que os alunos criem, individualmente, tiras ou charges fazendo uso dos elementos acima.

Sugiro aos professores que leiam o texto "O humor e a língua" de Sírio Possenti.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Crônicas


É interessante trabalhar crônicas com alunos do Ensino Fundamental e Médio. São textos curtos que podem ser lidos em uma aula ou menos. Falam de assuntos do cotidiano, apresentam linguagem simples que aproxima os leitores do texto. Para crianças e adolescentes, que muitas vezes não tem o hábito de ler, a crônica pode ser um bom começo. Os adolescentes (e as crianças) precisam ter a competência leitora estimulada. (Acredito que esse estímulo seja dever do professor de línguas).
Sugiro Luís Fernando Veríssimo e a crônica “O homem trocado”.

O homem trocado:

"O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.
- Eu estava com medo desta operação...
- Por quê? Não havia risco nenhum.
- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...
E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.
- E o meu nome? Outro engano.
- Seu nome não é Lírio?
- Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...
Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.
- Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.
- O senhor não faz chamadas interurbanas?
- Eu não tenho telefone!
Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.
- Por quê?
- Ela me enganava.
Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
- O senhor está desenganado.
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.
- Se você diz que a operação foi bem...
A enfermeira parou de sorrir.
- Apendicite? - perguntou, hesitante.
- É. A operação era para tirar o apêndice.
- Não era para trocar de sexo?"

O professor pode trabalhar com a crônica: interpretação de textos, produção de textos (gênero: crônica), pesquisa sobre vida e obras do autor, pesquisa sobre outros cronistas brasileiros. O professor pode, também, sugerir aos alunos que retirem de jornais ou revistas exemplos de crônicas que tenham lido e gostado. Os alunos, então, apresentam as crônicas à turma. Esses são apenas alguns exemplos, há inúmeras possibilidades de se trabalhar o gênero crônica em sala.
Na Escola Estadual Professor Cláudio Brandão, trabalhei em 05 turmas do 2º ano do Ensino Médio o livro: “Comédias para se ler na escola”, também de Luís Fernando Veríssimo. A biblioteca da escola apresentava apenas 01 título dessa obra, então, peguei o e-mail de cada aluno e enviei para cada um, o livro digitalizado. Cada turma tinha aproximadamente 50 alunos, o que dá um total de 250 e-mails. Foi cansativo, mas quando há vontade, o trabalho acontece. (E melhor, deu certo!)