“[...] nas circunstâncias atuais – que parecem ser de um deliberado esvaziamento de todo esforço educacional autêntico – deve-se ter em mente que não estamos diante de uma discussão teórica, mas sim de uma questão prática, à qual é preciso responder também com soluções práticas. Pode-se tratar a queda de uma telha como um problema dinâmico, formulando hipóteses teóricas alternativas e debatendo a adequação destas últimas. É uma abordagem legítima, mas não é a melhor do ponto de vista de quem está embaixo.” (Rodolfo Ilari).
João Wanderley Geraldi, organizador do livro “O texto na sala de aula”, lista várias práticas de sala de aula. Tais práticas estão relacionadas à leitura, à análise linguística e a produção de textos.
Na prática de leitura de narrativas longas, Geraldi sugere que seja desenvolvido o gosto pela leitura. Ou seja, o professor não deve cobrar e sim, incentivar a leitura individual. Em uma sala, com 34 alunos matriculados, por exemplo, o professor poderia sugerir 40 títulos diferentes. Os alunos ficariam livres para escolher e iriam trocando as obras, entre si, ao longo do ano. O professor poderia controlar as trocas, anotando em um simples caderno de anotações o nome do aluno e a obra que ele estiver lendo.
Geraldi afirma que, a princípio, o aspecto quantitativo é mais importante que o qualitativo.
Em relação à produção de textos, (5ª série do ensino fundamental), ele sugere a produção de textos narrativos.
“Um aluno, a quem previamente o professor solicitou que pedisse a seus pais, tios, avós, etc. para contar uma história em casa, contará tal história para toda a classe. Em aula, esse aluno ‘funcionará’ como uma espécie de ‘monitor’: além de contar a historia que lhe fora contada em casa (atividade oral da criança), ficará também à disposição dos colegas para perguntas. Ouvida a história, toda a classe passa a escrevê-la em seu caderno de redações. Assim, não se coloca a criança perante o dilema: é preciso fazer uma redação (para o chato do professor de português...) e não sei o que dizer. Em vez de colocarmos o aluno perante duas dificuldades (criar e escrever), terá apenas uma: escrever. A cada semana, um novo aluno, uma nova história. Ou a leitura de um texto curto provocada pela própria história como apontamos anteriormente. Ao final do ano letivo o professor disporá não só de uma antologia de histórias... Saberá também quais são as histórias que os pais, os avós, os tios, etc. contam a seus alunos. Saberá, portanto, um pouco mais da realidade do local onde está situada a sua escola.”
Para as aulas de análise linguística, João Wanderley Geraldi sugere que o professor parta dos textos produzidos pelos próprios alunos.
“O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.” (Mário Quintana)
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