terça-feira, 8 de maio de 2012

O texto na sala de aula (2)


“Habituamos-nos de tal forma a comandar as crianças e a exigir delas uma obediência passiva que não pensamos na possibilidade de haver uma outra solução para a educação que não seja a fórmula autoritária.” (Célestin Freinet)



Lilian Lopes Martin da Silva, também no livro “O texto na sala de aula”, organizado por João Wanderley Geraldi sugere que as escolhas das obras, que serão lidas pelos alunos precisam ser repensadas. O autoritarismo e a burocracia da escolha dos professores podem influenciar negativamente o aluno-leitor.
Lilian, após ouvir depoimentos de alunos, relacionou aproximadamente 110 títulos que esses alunos haviam lido, por exigência dos professores, dentre eles:

Inocência, de Visconde de Taunay.

O alienista, A mão e a luva, Helena e Iaiá Garcia, de Machado de Assis.

Iracema, Lucíola, A pata da gazela, Viuvinha e Cinco minutos, O tronco do ipê, O gaúcho e O sertanejo, de José de Alencar.

O cortiço, de Aluísio Azevedo.

A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.

Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães.

São Bernardo, de Graciliano Ramos.

As caçadas de Pedrinho, Reinações de Narizinho, Emília no País da Gramática e O Pica-pau Amarelo, de Monteiro Lobato.

Nas terras do rei café, de Francisco Marins.

A ilha perdida, A montanha encantada, A mina de ouro e Éramos seis, da senhora Leandro Dupré.

As aventuras de Tibicuera e Clarissa, de Erico Veríssimo.

Cazuza, de Viriato Correia.

O escaravelho do diabo, Spharion e O caso da borboleta Atíria, de Lúcia Machado de Almeida.

Rosa-dos-ventos, de Odette de Barros Mott.

O mistério do cinco estrelas, de Marcos Rey.

Coração de onça, O gigante de botas e Cem noites tapuias, de Ofélia e Narbal Fontes.

Férias em Xangri-lá, de Teresa Noronha.

As aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain.

Coração, de Edmundo de Amicis.

Viagem ao centro da Terra, de Júlio Verne.

Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.

Pollyanna, de Eleonor H. Porter.

O pequeno príncipe, de Saint-Exupéry.

O menino do dedo verde, de Maurice Druon.

Para Lilian, esses livros clássicos sugeridos pelos professores, provavelmente foram lidos por eles em sua infância. A autora não questiona a qualidade dos livros clássicos, mas o critério de seleção de leituras, que não leva em consideração o perfil dos alunos.



“O sentido de um texto não é jamais interrompido, já que ele se produz nas situações dialógicas ilimitadas que constituem suas leituras possíveis.” (Authier-Revuz)


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